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A PROPOSTA PARTE UM

capítulo 7

Os cinco pareciam sobrevoar em alta velocidade, cortando como a navalha, a matéria escura, um dos guerreiros, cujo capacete tinha formato diferenciado, ia á frente, agitou a lança e um relâmpago estático perfurou o vácuo, e criou em pleno vácuo o que era semelhante a um olho d’água fluorescente, que desprendia uma fumaça luminosa e constante, posicionado de forma vertical.

Os cinco adentraram o olho, e então o portal se fechara.

Há muitos e muitos anos luz de distância, materializaram-se sobre uma gigantesca estrutura metálica em formato de U.

O líder caminhava imponente, os outros membros do grupo pareciam frustrados, e estressados, as capas esvoaçavam, transpassaram como fantasmas uma porta arredondada, que era tão sólida quanto uma rocha.

Por detrás desta porta, havia um extenso gabinete cujas paredes eram metálicas e translúcidas, havia de pé, uma figura ainda mais imponente: trajava o que aparentava ser uma armadura metálica de renda, um capacete prateado, e uma longa capa, estava sobre uma pequena pilastra de cristal rutilado de aspecto metálico embora fosse claramente um mineral.

Os cinco pararam em posição de reverencia, e o seu respectivo líder fizera uma saudação exagerada á figura que residia no amplo gabinete.

– Ko-Má! – Disse a criatura – estava a sua espera! Vejo que veio na companhia de seus subordinados, por favor, sentem-se!

Imediatamente, discos de mercúrio líquido solidificaram em pleno ar, dispostos em distancias iguais, ambos os guerreiros sentaram-se, um ou outro, guardava as lanças da mesma forma: as armas pareciam converter-se em líquido, e por fim, desapareciam, outros, como Ko -Má, pousavam a lança sobre o ombro e o joelho, fazendo questão de deixá-la a mostra.

– E então? – questionou a figura, virando-se.

Um segundo de tensão instaurou-se sobre o ambiente, o que parecia desafiar ainda mais, a severidade da figura presente.

– Creio que saiba o que aconteceu! – Disse Ko-Má, sem que encarasse a figura imponente -Esta é a primeira vez que algo desta natureza acontece…

– Esta informação está incorreta! – Bradou o seu superior – já aconteceu outras vezes, embora seja muito raro de fato!

A voz da figura imponente fora tão fria e ausente de emoções que pareceu até mesmo inorgânica.

– Partimos em sua direção…

– Mas não puderam identifica-lo – exclamou a figura – provavelmente alterou sua forma para que assim brilhasse intensamente, poucos são aqueles que conseguem revestir-se em bioluminescência!  Sendo assim; desvencilhou-se de todas as investidas, suas e de seus subordinados e num relâmpago repentino, desapareceu…

– Sim – disse Ko-má, suspirando profundamente em seguida.

A imagem de seu superior dobrou os lábios inferiores, furioso, e em seguida, como se controlasse um acesso de fúria, encarou a ambos os presentes; perplexo.

– O evento descrito, ocorrera ha muitos anos de forma muito parecida, com o predecessor de seu posto! – Bradou a figura, inabalável – Acredito tratar-se do mesmo espírito, um errante, um fugitivo… Contando que seus esforços inclinavam a deixar o planeta, e não penetrá-lo para que retornasse a vida, inutilmente é claro… Como sabem, não é assim que se retorna a vida e este espírito sabe disso!

Um silêncio frívolo preencheu o extenso gabinete, Ko-Má sentia-se apreensivo e envergonhado.

– No entanto, sinto uma terrível e lastimável vergonha, de que meus melhores soldados e meu melhor general, foram feitos de tolos por este errante bioluminescente…

– Nós tentamos de todas as formas…

– Não! – exclamou o ser – Vocês falharam e novamente o errante escapou!

Um dos soldados ergueu a mão.

– Alguma dúvida Zuma?

– Por que isto é tão importante? – indagou o subordinado de Ko-Má, alteando a voz, como se estivesse extremamente frustrado.

– Como sabe, ninguém tem permissão de deixar desta forma o planeta…  E este está se tornando um incidente constante e provavelmente, chamará a atenção da fraternidade. Esta nos permite agir em troco da impecabilidade.

– Constante? – Indagou Zuma, Ko-Má atravessou-lhe um olhar de censura irrequieto – Há quanto tempo guardamos o oriente? Há quanto tempo cumprimos nossas ordens sem falhar? Como nunca antes vimos algo desta natureza? Como poderíamos esperar que isto de fato pudesse acontecer?

A figura o encarou sem reação alguma e permaneceu em silêncio atirando sobre Zuma o mais gélido teor de menosprezo.

– Pensa que um milênio de serviço o conferiria toda a sabedoria do universo Zuma? Pensa que sabe todas as coisas? Não aprendeu que ocupa este cargo, exatamente por insistir em permanecer nas trevas de sua própria resistência? – rebateu a figura, que desta vez, distorcia a própria voz de forma assustadora, fazendo com que reboasse por sobre o extenso gabinete como reboa o trovão por sobre o céu pesaroso de nuvens.

Zuma abaixou a cabeça e permaneceu em silêncio. Era possível ver em sua fisionomia, feições de discordância violentamente caladas.

– Devem agir de forma impecável – Bradou a figura – nada menos que a impecabilidade, este é o preço de seu posto!

– Mesmo tratando-se de um  evento incomum? – Indagou Ko-Má – mesmo tratando-se do desconhecido? De um truque remoto vindo de um espírito incomum?

– Me parece que pretendem fazer com que engula tuas falhas, ou estou enganado? – Indagou a Figura – devem fazer o que tem de ser feito independente da circunstancia, mesmo que fosse um ovoide… Não podem deixar o planeta… A relocação interplanetária depende de outros atributos, não somos os responsáveis por isto.

Ko-Má piscou os olhos lentamente e procurou dentro de si o alicerce necessário para enfrentar a gélida ira de seu superior.

– Caso tenham a intenção, de manter os seus postos, deverão localizar este e espírito e trazê-lo até a mim – Disse a figura.

– Mas como? – Perguntou Ko-Má.

– A causalidade não o desafiaria senão tivesse nenhuma afinidade ou prazer neste embate – respondeu a figura, virando-se de costas – Vocês o encontraram e vocês o perderam, e agora… O encontrarão de novo.

 

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