capítulo 1
O solo arenoso e áspero fora por alguns instantes o que o suspendia diante da agonia, a respiração ofegante perdia a potência à medida que o calor da vida lhe deixava, a impotência aterrorizante dera lugar a uma delirante e incontrolável vertigem, tinha a impressão de que decolava, ou que estivesse sendo arremessado constantemente para cima.
capítulo 2
- Erga-te! – Disseram-lhe em voz altiva, e a voz reboou por todo o deserto de forma sobrenatural. Os olhos se abriram e se depararam com uma silhueta turva, se levantou e pela primeira vez reparou em si mesmo com maior atenção; notara que os pés, eram mais seus pés, as mãos, eram mais suas mãos. Não havia reparado antes, mas trajava vestes em ocre e sua cor era vívida.
capítulo 3
Sem que resistisse, sem que se apegasse, sem a mínima inflexibilidade, em sua mente e coração, ali estava, tão excitado quanto era com tudo, durante toda a vida. Os olhares cruéis eram distantes e alheios, pertenciam a outro universo, sua vibração não lhe tocava.
capítulo 4
- Tathagata! - pronunciou Bagwan – era este o nome dele, não?
- Sim – respondeu Dawa, e com a lembrança também veio um ardor, que cintilava em seu íntimo como uma chama terna.
capítulo 5
O corpo luminoso retornara a sua aparência natural; percorria em alta velocidade o vasto universo, e em meio a tantas estrelas parecia tão ínfimo, tão pequeno: invisível. As vestes de coloração ocre rebatiam-se e o sol, ficava cada vez menor.
capítulo 6
Dawa permaneceu parado, certa apreensão lhe tomava à medida que a figura humanoide, se aproximava com o sol sobre a cabeça. Não fora possível ver suas feições até que de fato se aproximasse o suficiente para ser contemplada, Dawa nunca antes sonhara ver nada igual:
capítulo 7
A armadura dos cinco cintilava como o mais escuro metal já visto, refletiam as estrelas, que pulsavam infinitas por sobre a imensidão do cosmos, o globo terrestre, exuberante como era, tornava-se cada vez mais distante.
capítulo 8
A mulher sorriu para Dawa e um aro de luz resplandeceu ao seu entorno, quando pôde perceber, Dawa e a figura reconfortante daquela mulher, estavam em outro ambiente, muito maior, e surpreendente em todos os sentidos.
capítulo 9
O diálogo entre os corpos havia cessado naturalmente, e embora sentisse que todos os átomos vibrassem uma excitação nunca antes sentida, o meteorito permaneceu a deriva, sobre a sua superfície, próximo ao que provavelmente fora uma cratera, num amontoado de pedras que era semelhante a uma gruta: ali meditava.
capítulo 10
Ko-Má deixou a estrutura metálica e com um gesto com as mãos, abriu a sua frente, o intenso olho d’agua, e entrou dentro dele.